Sobre o texto de hoje... Já desejou ser mais velho(a)? Ou mais novo(a)? Ou algo assim?
Leia "Relapso" e veja que há outras pessoas como você.
RELAPSO
Corações partidos... são
realmente necessários? Thadeu sonhava em tê-la de volta. Um daqueles sonhos que
estão na lista dos impossíveis. Queria mais verde, talvez seja por isso que
hoje defende a bandeira de ecologia e preservação da natureza. Mesmo sem Virgínia
em sua posse, contava com ótima memória e lembrava cada detalhe do tempo que
compartilharam. Do seu corpo, da sua voz, do seu sorriso. Éramos felizes, pensa
saudosamente. Alguns anos os separavam.
Um de seus melhores momentos
juntos foi quando comemoravam uma data especial, a aprovação dela no vestibular
para medicina. Lembra que ela estava de vestido verde, um verde aberto, vivo,
que chamava atenção. De sapato preto, batom vermelho e sombra escura, VIRGÍNIA
estava ‘estonteante’. Thadeu desejou então ser 15 anos mais novo.
Ela teve que mudar de cidade, foi
estudar. Thadeu continuou carimbando papel em seu emprego público. Vestido
verde... isso, pra um homem apaixonado, é deixa pra suspirar e passar na mente
um filme lindo do romance vivido. Hoje,
só basta ver uma mulher de verde, aberto, vivo, que chame atenção, não
importando a cor do cabelo, ou a marca do batom, ou a cara emburrada, Thadeu
deixa cair um sorriso tímido e saudoso que traduz: volta pra mim, Vi? Às vezes
se pergunta ‘o que ela viu em mim?’. Virgínia tinha jovialidade de sobra, ele
era um homem careta. E, mesmo sem entender, adorava ser parte do romance.
Fonte: Amib.org |
Tem dia que tudo é verde, aberto,
vivo e que chama a atenção. Um dia desses na cafeteria, viu ela do outro lado da rua, de branco. Adulta, de cabelo curto, médica plantonista, com um energético na mão, quem sabe pra segurar um plantão.
Não teve coragem de atravessar a rua, faltaram forças. Talvez precisasse daquele
energético, a própria Virgínia. Foi covarde. Naquela hora, de olhos fechados,
Thadeu sonhou acordado e se viu nos braços dela.
A partir daquela tarde, a cor
oficial de Virgínia virou ‘branco’. Agora, ele quer ver mais vestidos brancos,
abertos, vivos, que chamem atenção.
E aí, gostaram?
Deixe seu comentário!
Tenham um ótimo resto de semana. Bjos
Ps.: A escolha do nome do personagem masculino do texto foi uma espécie de homenagem a um super amigo que me apoia sempre e me corrige quando é necessário. Ele (também) escreve. E muito bem! Vejam aqui.
A maneira como você escreve me lembra muito um amigo meu da UFMA,o Jairo. Ele descreve cenas, sensações, gostos, sentimentos, cheiros de uma forma tão bela... Você consegue fazer isso muito bem... Porque não escreves um livro no final do curso? Já pensou nessa possibilidade?
ResponderExcluirO texto ficou excelente. Muito bem lapidado e esmerado. Fico feliz com a singela homenagem sua, minha amiga. Você percebeu que sua frequência de (boas) publicações está aumentando? Continue assim que a vida é combate! A de escritor então o é mais ainda. Mas vejo que você está muito bem armada e preparada. Sucesso, querida!
ResponderExcluirHummm, esse conto merece uma continuação, pois deixou a sensação de que existem outros vestidos, outras cores e outras ruas... Vou esperar,rsrs!
ResponderExcluirSer maduro e ser verde. Acho que sou assim meio Thadeu, moça. Quem sabe um dia eu seja branco. Quem sabe...
ResponderExcluirMuito bom, sempre tem algo que marca bem um momento. É o ganho de identidade por parte de um sentimento.
ResponderExcluirBelo texto, belo blog e bela blogueira.! Rá
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