Além
dos principais pontos que fazem de um ser humano uma mulher, uma das
características mais marcantes delas é o cabelo, longo de preferência. E
existem cabelos de todas as cores, jeitos, cortes e tamanhos, a mulher que
domina a sua cabelereira e cuida sempre, faz a diferença no meio das que não
valorizam a dádiva de ter um super cabelão!
Eu,
por exemplo, já tive vários tipos de cabelo. Até meus 7 anos, eu e minha mãe
compartilhávamos o mesmo corte de cabelo: curtíssimo, na orelha. Me deixava
muito feliz os comentários de que a gente se parecia demaaaais. Mas chegou o
tempo que na escola começaram a fazer bullying (na época não era esse nome
chique) por causa do meu cabelo, falavam que era cabelo de homem. Com isso, decidi
mudar. Deixar crescer. Falei pra minha mãe que tinha mudado de ideia sobre meu
cabelo, contei a história do bullying e ela respeitou minha decisão. Decidi ter
o cabelão, porque menina que é menina tinha que ter o cabelo comprido!
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Cabelo em Novembro/2012 |
Como
eu amava brincar, correr e até ficar suada! Mas prender o cabelo? JAMAIS!
Algumas outras meninas, amigas da minha irmã, mais velhas que eu, me diziam
“Analu, prende teu cabelo quando você for brincar”. E eu não tava nem aí pra o
que elas diziam! Detalhe: meu cabelo nunca foi encaracolado como o da minha
irmã ou liso como os das modelos da passarela, ele era volumoso e sem
definição. Adorava correr com aquela cabeleira solta. Hoje quando vejo uma
menina na mesma situação que a da Analu da época, vejo o porquê me orientavam
prender o cabelo: fica todo ‘fuá’ e com o suor, os fios de cabelo soltos acabam
grudando no rosto e no pescoço (pode parar com essa carinha de nojo que você tá
fazendo!) e então, eu mesmo me ofereço com um prendedor de elástico pra aliviar
aquela menina do sofrimento que ela nem tem conhecimento!
Quando
eu tinha 12 anos, me falaram que tinham uma solução para o meu problema de
cabelo sem forma, volumoso e feio: escova definitiva. Eu não sabia bulhunfas o
que era. Mas aceitei fazer, me prometeram que meu cabelo seria liso e lindo
todo o tempo. Pessoas, eu só tinha 12 anos! Mais louca que eu, foi minha mãe
que deixou que isso acontecesse (Mãe, te amo!). Lembro exatamente do dia
INTEIRO que eu passei no salão, com um fedor forte de produto químico e um
lava-escova-prancha sem fim! Quem já passou por uma experiência assim levanta a
mão \o/ !
O
resultado momentâneo foi realmente tudo que me prometeram, cabelo liso,
brilhoso, tá que não era cheiroso (por causa do formol) mas tava cumprindo
muito do que eu sempre desejei. Alguns meses depois, meu cabelo original
começou a aparecer, minha cabeça ficou meio que inchada, um aspecto estranho,
tinha que pranchar ou escovar pra ficar legal, coisa que acontece com todo
mundo que faz esse tipo de ‘tratamento’ no cabelo. Chegou a hora do primeiro
retoque de raiz, mais um dia no salão, tudo certo até então. Aí, meu cabelo deu
corte qúimico! Tá, vou explicar: o corte químico ocorre quando há uma
desestruturação na fibra capilar, ou seja, os fios de cabelo ficam tão fracos
que acabam se partindo. E foi isso que aconteceu com o meu cabelo. HORRÍVEL. Eu
era uma adolescente do Ensino Fundamental com um toco de cabelo atrás da
cabeça. Fiquei um longo ano hidratando meu cabelo todo fim de semana e também
sem nenhuma química. Na época minha mãe era revendedora de produtos capilares
(Te amo, mãe!) e sempre cuidava dos meus fios, até com leite (!) a gente lavava
depois da piscina.
Dessa
época, eu tinha talvez uns 13 ou 14 anos, até Janeiro desse ano, com 19 anos,
eu dava uma aliviada na minha juba com um tratamento chamado relaxamento,
parecido com o anterior só que sem formol e com um ph químico bem mais fraco. E
meu cabelo era enorme, lembra que eu decidi isso lááá na época dos 7 anos? Pois
bem, em Maio de 2013 eu radicalizei! Cortei meu hair na altura dos ombros,
muitos me chamaram de maluca, corajosa e outros adjetivos, houveram aqueles que
me compararam com minha mãe de novo. E eu simplesmente me amei! Na minha cidade
muito quente, manter um cabelo longo e saudável demanda muito trabalho, paciência
e tempo. E também eu tinha cansado de mim daquele mesmo jeito sempre. Fiquei
até Setembro de 2013 sem cortar por motivos de ‘minha irmã vai casar e eu
preciso de um penteado bem maravilhoso’, mas na segunda-feira após o casamento
dela, passei a tesoura. Desde então estou com o cabelo curto, confesso que cada
vez mais curto. Fiz uma mechas roxas, depois azuis, depois loiras. E decidi
voltar ao meu cabelo original. E me amo cada vez mais.
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#bluehair |
O
cabelo é um total companheiro da mulher. Ora expressam como a dona está se
sentindo, se tá de TPM, se tá se amando, se acordou com raiva, ou com pressa,
ou disposta. Os cabelos têm lá suas funções: servem pra esconder os fones de
ouvido naquela aula chata, pra fazer charminho na balada, pra destacar aquele
par de brincos novos lindos que você achou na promoção, pra fazer aquele coque
alto estilo Neura nas tardes de calor extremo, pra esconder na touca na hora do
banho, pra aquecer, pra embelezar, pra servir de peruca pros amigos que não tem
cabelo e querem tirar uma foto com cabeleira, pra ser acariciada, pra se
destacar entre outras tantas de cabelos iguais. Não importa o tamanho, a cor ou
quantidade do seu cabelo - você pode ser mulher até mesmo sem cabelo J - seja você e leve todo o seu corpo como seu fiel
escudeiro.
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Cabelo Agosto/2014 (Foto: Naésio Maia) |
Ana
Lourdes Pereira
1º
de Outubro de 2014
Feliz
Outubro Rosa!