sábado, 22 de dezembro de 2012

Cantoria de Natal



Cantoria de natal
Seu nome era Osvaldo, um peru. Nunca quis ser outro animal. Amava sua vida de peru. Morava numa fazenda onde tinha vários amigos bois, cavalos, cachorros, vacas e até galinhas. Viviam como uma grande família. Cantar era uma de suas atividades prediletas. Não importando o tipo de música: jazz, rock, samba e até MPB. Uma vez até substituiu o galo no amanhecer do dia, foi uma ótima experiência.
Na rotina da fazenda, havia uma reunião mensal, onde todos os bichos estavam juntos. O mestre de cerimônia e líder da área animal daquele recinto era Rato Lúcio. Começou então a assembleia. “Boa noite machos e fêmeas. É um prazer dar início a mais um encontro da nossa sociedade. Começamos o mês de outubro e aviso que estão abertas as inscrições para o sorteio dos animais que mudarão de moradia. No mês de novembro será a vez dos perus, como acontece todo ano nessa época. Se não houver nenhum peru inscrito, como aconteceu no ano passado, faremos um sorteio. Por favor, colaborem. A assembleia está encerrada.”
Um cochicho enorme começou a se espalhar pela fazenda. Um peru precisava mudar de moradia, de fazenda, de lar. Abandonar a família. Quem seriam os voluntários? Se é que haveria voluntários... Osvaldo ficou pensando em cada palavra que o Rato Lúcio dissera. Tinha que haver alguma explicação.

Osvaldo estava procurando uma solução. Sabia que nenhum de seus irmãos iriam se inscrever, nem ele. Mas era preciso. Alguém tinha que fazê-lo. A próxima assembleia estava prestes a começar, e nenhum peru colocara o nome. Sorteio. Rato Lúcio começou a falar: “Boa noite machos e fêmeas. Já é novembro, o mês dos perus. Vamos conferir a lista”. Nesse momento, Osvaldo começou a cantar, a música que os bichos mais gostavam: do coração. Enquanto cantava, se direcionava ao palco e fez o restante de sua apresentação ali. Rato Lúcio olhava pra o peru cantor sem entender o que estava acontecendo enquanto o restante dos animais vibrava com o talento de Osvaldo.
Osvaldo tomou o lugar de Rato Lúcio e começou seu discurso de despedida. Falou sobre os muitos momentos únicos e felizes que tinha passado na sociedade e na sua família, que iria embora com uma vontade louca de ficar. Ressaltou os nomes de seus melhores amigos: Luís, o cão e Angelina, a galinha. Os animais que antes vibravam com a música do peru, agora estavam choravam com sua fala. Rato Lúcio entendeu a mensagem e encerrou a assembleia.
Osvaldo mudou de fazenda. Conheceu outros perus. Não deu tempo de fazer amizade. Cantando, foi pro abate. Usará seu corpo e fará seu show. Seu papel na CEIA de Natal é tão importante quanto seu talento. A vida é quase justa.

Olá queridos, tudo bem?
Esse foi minha narrativa especial de Natal.

O texto "Cantoria de Natal" foi produzido sábado(22) com o objetivo de preencher nota da disciplina de Laboratório de Produção Textual. 
As 'regras': texto narrativo; de 30-40 linhas; contendo obrigatoriamente as palavras CEIA-FAMÍLIA; título criativo. 
A ideia de narrar a vida de um peru não foi minha. Meu amigo Tiago Resende (@resendetiago) me ajudou nessa, merece as honras. Valeu brow!
Comentem e deixem registrados os seus pensamentos sobre Osvaldo, o peru.
Beijos, boas festas.
Bela Analu

Ps.: não esqueçam do verdadeiro sentido do Natal. O presente de Deus para nós: Jesus Cristo, a luz do Natal.

3 comentários:

  1. Poxa que chato.. Por que não abateram uma galinha, peru cantor não existe assim à forra.. rsrs'. O peru que eu ''criei'' em 2005 teve um final mais feliz, era galanteador, com muita presença e que saia pelo mundo a fora curtindo as culturas mundiais e divulgando o amor pelos esportes, sobretudo o futebol.. Pena que o papel no qual ele se mantinha vivo, hoje não exista mais..

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  2. Texto engraçado de final triste. Correspondeu minhas expectativas, foi lindo! bjs
    Clyn.

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